o silencio fala por nós.

Já tinha se passado quatro meses depois do primeiro encontro. A gente se encontrava por acaso e não sabia quando ia se ver de novo. Essa despedida sim era difícil. "Até a próxima" era como ele se despedia de mim. Eu ia pra casa feliz e pisando em nuvens, mas ao mesmo tempo triste porque não queria ir.

Depois do nosso primeiro encontro inesperado eu me perguntava se íamos nos ver de novo e quando isso ia finalmente acontecer. A vontade de tê-lo prolongava os dias e os meses pareciam anos. Muitas lagrimas foram derramadas. Passava pela minha cabeça em desistir porque não ia dar certo e eu tentava esquecer um pouco desse sentimento e dessa vontade que eu sentia em estar nos braços dele, os dois em silencio, mas ali, juntinhos. E era quando eu conseguia esquecer que os nossos encontros aconteciam. Era como se a vida tivesse me acordando e me mostrando que eu não poderia esquecer aquilo porque aquilo seria meu.

E na segunda vez que o encontrei eu estava tão nervosa quanto da primeira. Eu sentia as batidas do meu coração na garganta. Eu não queria que isso estragasse aquele momento, mas foi inevitável. As palavras fugiram. Eu só consegui dizer oi e "estou nervosa", logo ele me abraçou. Eu não precisava mais das palavras, aquele abraço falou por si só. Meu coração acelerou mais ainda. Depois demos-nos em sorrisos e de mãos dadas ficamos em silêncio. Apenas nossas mãos juntas com dedos entrelaçados e acariciando uns aos outros como se dissesse "Você está aqui. Eu quero lhe sentir. Não quero que esse momento acabe".

Nosso silencio sempre foi mágico.